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quarta-feira, 9 de março de 2011

Vira Lata

Na rotina veterinária, poucos profissionais usam o termo "vira-lata" para classificar aqueles cães que, definitivamente, não se enquadram no padrão de raça alguma. A maioria prefere recorrer à sigla "SRD" (sem raça definida), pelo fato da mesma não causar ofensas aos donos um pouco mais sensíveis. Um colega meu procura ser mais simpático nesse sentido, usando o termo "misturadinho" pra esses cães. Esse último, a meu ver, é que mais revela a condição do vira-lata/SRD: de ser nada mais do que o resultado de uma mistura de raças.
E por causa dessa mistura, é mais do que comum os donos desses bichos especularem sobre a origem deles. "Olha, o Sultão, certamente, tem um jeitão de poodle muito forte, apesar da cabeça dele ser bem parecida com a de um doberman e o corpo dele lembrar o de um de boxer, eu acho..." Em muitos casos, sobretudo quando não se conhece os pais do bicho, defini-lo nesse sentido é tão confiável quanto tentar adivinhar o formato das nuvens. Pura especulação.
Na intenção de acabar com esse achismo do mundo pet, a empresa norte-americana MetaMorphix criou o Canine Heritage Breed Test, um kit de testes cujo objetivo é o de revelar a origem genética dos "misturadinhos" através de análise de DNA. Funciona da seguinte maneira: obtido a partir da saliva do bicho, através de um cotonete, o DNA dele é identificado e comparado com o padrão do DNA de 38 raças de cães - a empresa espera aumentar em breve esse número para 115. Como resultado, temos as porcentagens dessas raças presentes naquele animal.
O custo para acabar com a curiosidade: US$ 65,00 o kit para a coleta do material e US$ 6,95 para o envio do mesmo para a MetaMorphix. O resultado chega ao dono dentro de 4 a 6 semanas.
Deve ser engraçado acompanhar o resultado ao lado de muitos donos, surpresos ao constatarem que o Rex é, na verdade, composto por uma mistura que não tem nada a ver com aquela que se suspeitava. Husky Siberiano com um bela porcentagem de Daschund, ao invés de Rottweiller com Cocker Spaniel, por exemplo. Suspeito que muitos devem até fazer bolsas de apostas para adivinhações nesse departamento, enquanto o resultado não chega.
Ainda não existe esse tipo de serviço aqui no Brasil, onde a identificação pelo DNA é usada principalmente para comprovar casos de fraudes envolvendo a paternidade de certos animais. Por causa disso, hoje em dia, ficou bem mais fácil de descobrir se aquele cãozinho sem grandes atrativos é mesmo o filho do campeão das exposições, como garantido na ocasião da venda. Nesses casos, não basta ter pedigree, tem que ter DNA também.

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